Partes Árabes


Uma das partes mais fascinantes da astrologia, este conhecimento que vem desde há milhares de anos atrás, profundamente metafísico e espiritual, a teoria das partes ou lotes árabes. Geometrica e aritmeticamente, a nossa alma está descrita por todo o mapa, espalhada por partes da nossa circunferência que é um todo gigante em que cabemos, todos os dias, e nos adaptamos, todos os dias, e nos renovamos e aperfeiçoamos e expandimos, em constante processo evolutivo e maturação espiritual.

O cálculo das partes como ele é feito ainda hoje em dia tem milhares e milhares de anos, e é utilizado mais ou menos da mesma forma um pouco por todas as pessoas que as utilizam, as explicações e os significados de cada parte também não diferem muito, mas a explicação desta lógica como um todo não existe, e fica aqui a minha conclusão, sujeita a melhoramento.

Regularmente, em astrologia, recorremos à posição de pontos e planetas no mapa para descrever a nossa personalidade, as condições e ambiente que nos rodeia, as nossas virtudes, dificuldades, vícios e paixões, felicidades e conquistas. Isto verifica-se quando utilizamos o sol para descrever a maneira de ser, a lua para descrever a maneira de sentir, vénus como maneira de amar, marte como maneira de agir e mercúrio como maneira de pensar. Tudo isto está certo e corresponde, de facto, a este caminho, esta vida, esta personalidade. Mas se considerarmos que há mais para lá disto, há mais para além deste caminho, somos mais do que esta vida... Então não serão os planetas, corpos físicos, massas, materiais, a descrever-nos a alma através das suas posições no céu, como ela é, quando nascemos.

A alma não tem invólucro, apenas existe. Não está sujeita a alterações, não através da nossa vontade consciente. A alma não tem forma, peso, textura, corpo, idade, início nem fim, é imaterial e imperecível, e muito provavelmente é qualquer coisa que escapa à própria compreensão humana. Sabe-se, pensa-se e sente-se que deve existir, como existe tudo aquilo que também não se vê mas se sente e existe. Deve existir, supõe-se que exista, como existe tudo aquilo que se renova e se transforma e não tem fim, à nossa volta, na natureza. Como existem as leis da gravidade e de atracção, como existe o pressuposto que tudo é infinito e como existe o bom senso humano na observação de que fazemos tanto parte da natureza como tudo aquilo que nela existe, nasce, se reproduz, morre e renasce noutra forma.

A alma não existe, nem no mapa, é verdade, não tem uma existência, está e é em qualquer sítio, em qualquer tempo, algures, talvez em todo e em nenhum lado. Mas é a alma que nos traz aqui e é a alma que nos vem buscar. Enquanto isso, somos espírito que habita um corpo, que tem uma mente, instintos e sentidos. Somos alma (lua) e espírito (sol), que habita um corpo (ascendente), que tem uma mente (mercúrio) onde residem os instintos (marte) e as impressões que nos trazem os cinco sentidos (vénus).

Partindo do princípio que o mundo é constituído por, essencialmente, três energias constantes e presentes em todo o lado (o feminino, o masculino e o neutro), podemos daqui deduzir uma geometria simbólica interessante. O feminino é uma energia estanque, que acolhe e que está recolhida. O masculino é uma energia activa, que age e que exterioriza. O neutro é uma energia mutável, adaptável, moldável. A alma é feminina, a lua; o espírito é masculino, está activo, é o sol. O corpo é mutável, o ascendente, bem como a mente, mercúrio. Os sentidos são femininos, acolhem impressões do mundo, são vénus; os instintos são masculinos, agem exteriorizando, no mundo, são marte.
Existem duas partes utilizadas na astrologia, que sempre foram tidas como as mais importantes num mapa: são a parte da fortuna e a parte do espírito, e estas partes não estão relacionadas apenas com este caminho, esta vida, este mundo que nos rodeia neste momento, estão relacionadas com o eu mais profundo, e com o eu mais alargado de cada um de nós, com as partes mais recônditas, profundas e arreigadas da mente, estão no subconsciente e no inconsciente, são portais de contacto com a alma e o espírito, inconscientes.  A parte da fortuna e do espírito calculam-se, as duas, com três pontos essenciais: o ascendente (corpo), o sol (consciência) e a lua (subconsciência). São dois portais para a alma, e representam, por sua vez, o corpo que o espírito habita (parte da fortuna) e o espírito em que a alma se manifesta (parte do espírito). Parece complicado mas é simples. O espírito mostra-nos o que nos motiva e de que forma atingimos o fortúnio de ter saúde e ser felizes.

Daqui seguem-se mais 5 partes essenciais, e depois dessas, centenas de partes complementares. As essenciais prendem-se com motivações para lá desta vida e deste caminho, mas cuja realização se faz nesta vida e neste caminho, neste corpo, com este espírito, motivadas pela alma que se é: são as que incluem sempre no seu cálculo ou a parte da fortuna ou a parte do espírito e o ascendente. 

Assim, temos este corpo (fortuna, sol) consciente, este corpo (espírito, lua) inconsciente,  temos instinto (instinto, marte) consciente, temos instinto (amor, vénus) inconsciente... Consciente e inconsciente, sol e lua, espírito e alma, corpo e mente, paixão e amor, vício e devoção, marte e vénus, sentidos e instintos, pensamentos e emoções, saber e sentir, mente e espírito, ...

 mente, maturidade, instinto, expansão, amor, espírito, fortuna



Clique AQUI para receber
a leitura do seu mapa natal
no seu email!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Venus nas Casas - Sinastria

Sol nas Casas - Sinastria

Lua nas Casas - Sinastria