Ceres

Ceres é o asteróide 1, da cintura de asteróides entre Marte e Júpiter. Descoberto em 1801, foi reclassificado como planeta embrionário em 2005, destacando-se assim, dos milhares de asteróides que a rodeiam. Pensa-se que apenas Ceres e Palas têm forma esférica, entre todos os objectos da cintura de asteróides. 

Na mitologia, a Ceres romana é a Deméter grega, uma dos 12 deuses olímpicos. Era a protectora da Sicília, importante centro cultural e da filosofia Grega, antigo território dos Fenícios. Quando conquistada pelos Romanos, Sicília tornou-se num local de produção extensiva de trigo para o império romano. Ceres deu origem à palavra cereal e tem origem, por sua vez, na palavra "ker", que significa crescer, criar. Deméter, por sua vez, já era uma deusa das colheitas, da terra cultivada, e está associada à Primavera.

Os Mistérios de Elêusis, celebrados próximo de Atenas, eram ritos que celebravam a história de Deméter e  da sua filha Perséfone. Estes mistérios celebravam o regresso de Perséfone, que voltava do Hades, para onde era raptada pelo seu tio Pluto durante o Outono e o Inverno, fazendo com que a terra não pudesse dar frutos. É a celebração do contínuo ciclo da vida e da natureza, da morte e da vida, o início que vem a seguir ao fim, a eterna continuidade cíclica da vida terrena.

Ceres, em si, representa o amor devocional e serviçal mas também o sentimento de perda inerente, a realidade da separação. Assim, Ceres simboliza o amor que não acaba mesmo depois de se estar afastado e separado. O amor incondicional através do qual o crescimento é possível. Representa os cuidados primários, carinho e nutrição, protecção, ninho. Será provavelmente a regência do signo da Virgem devido à sua capacidade de serviço, devoção, auto-sacrifício, resignação, resiliência, condicionalismos. Ceres proporciona a capacidade de renovação por adaptação, renovação em seguimento da adaptação a circunstâncias extremas e externas que lhe são impostas. 

Ao ser-lhe retirada a filha, Deméter procura por ajuda, esquecendo-se da sua tarefa na terra: as flores e os frutos. Assim, Deméter é uma deusa relacionada com a primavera e não propriamente com o fim do verão, época regida pelo signo da virgem. Mas é no fim do verão que o mito se concretiza: Deméter vagueia pela terra, é a época da colheita dos cereais, que garantem o inverno, e por longos seis meses procura a sua filha Perséfone, dando origem ao cair das folhas do outono, à vinda das chuvas e à hibernação da terra. Só no fim do inverno perséfone volta, dando origem ao renascer do ciclo das estações, com a chegada da nova primavera. É o amor incondicional, condicionado por imposição de algo exterior, neste caso as próprias trevas (Hades). O desgosto vivido por Deméter, transformado em auto-sacrifício devido à sua capacidade de devoção, garantem-lhe o retorno do que lhe foi retirado, pelo menos durante seis meses do ano, o que tambémnos remete para a capacidade de conformação com aquilo que não se pode controlar nem alterar mesmo após a luta.

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