«As» Quatro Asteróides
Da cintura de asteróides, entre Marte e Júpiter, existem quatro asteróides que foram incluídos na prática astrológica como sendo os asteróides principais: Vesta, Juno, Ceres e Pallas. Podemos considerar que estas quatro deusas representam os quatro aspectos femininos universais, as quatro fases da lua, que formam o ciclo feminino da vida, quatro elementos.
Como todos os ciclos, existe uma fase em que há ausência de forma, pelo menos aparente, ou exterior. É aqui que está a Lua Nova, como Vesta, que se situam por trás da realidade imediata, são o alicerce não-visível em que tudo se apoia. É a dedicação, o esforço, o compromisso a um dever, em silêncio e reclusão, se necessário. É o início e o fim, ao mesmo tempo, está no meio dos dois, mas do outro lado do espectro. Vesta recusa uma união e uma intimidade, mas é entrega total. Dedica-se ao interior e a tudo o que está para além de. É a capacidade máxima de resignação e resiliência, abandono e entrega total. Vesta é Terra.
Juno, como quarto crescente, é a fase do compromisso e vínculo a algo exterior, não propriamente construtivo a nível pessoal, mas construtivo a nível inter-pessoal. Juno tem um casamento eterno, ou uma relação eterna, sem que isso signifique paixão ou amor na mesma medida. Não representa a vivência equilibrada de emoções ou afectividade, nem amor incondicional, mas sim uma relação incondicional na tentativa falhada de ser equilibrada. O equilíbrio aqui é apenas exterior, em detrimento do equilíbrio interior. Juno resiste à frustração de não se sentir realizada afectivamente e mantém para sempre o seu compromisso social a uma relação, dando mais valor à satisfação da necessidade alheia e à necessidade de estabilidade social, do que às suas necessidades afectivas e emocionais. Em nome de honrar um compromisso estabelecido. Juno vive relações de ciúme, deslealdade e infidelidade, esquemas e jogos de poder. O amor não é vivido, mas pensado. Juno é Fogo.
Ceres, a grande mãe, como a lua cheia, representa o amor elevado ao expoente máximo do incondicionalismo, o mesmo que se sente na maternidade e na paternidade. É assim que Ceres está relacionada também com o apêgo e a dependência que uma relação de amor incondicional provoca a longo prazo. A dor da separação e a perda também são vivenciadas mais dolorosamente. Amor incondicional é alimento para a alma: Ceres é nutrição, carinho, bem-estar, cuidados. Possíveis através de vidas saudáveis, alimentação saudável, ambientes domésticos acolhedores, boas colheitas e boas práticas agrícolas. Ceres é Água.
Palas Atena não representa necessariamente a anciã, mas a maturação de um ciclo de aprendizagem emocional, amorosa e relacional. Pallas poderia ser a adolescente ou a mulher madura, protectora da sabedoria de vida, inteligência emocional, expressão afectiva e artística, equilíbrio e justiça entre duas entidades. Relações saudáveis e de igual para igual, Pallas valoriza não só o equilíbrio interior como o exterior, o seu equilíbrio e o do próximo. Pallas utiliza o instinto para aguçar o intelecto e trabalha as emoções para as utilizar com sabedoria. Responsabilidade, compreensão, bom-senso, respeito pelo equilíbrio e pela igualdade entre dois, para bom e correcto funcionamento da função de crescimento e aprendizagem. Pallas é Ar.
Quanto à sua correlação com os signos, pode-se dizer que Vesta tem uma grande afinidade com o signo de Peixes, precisamente por não representar nem o início nem o fim, nem o meio, na verdade. Vesta era a deusa festejada no fim do ano e na transição entre estações. Era a chama sagrada que tudo mantinha unido, mas que não tinha vida própria em função do serviço à esfera social em que estava inserida. Era invisível mas, sem ela, o visível não era possível. Dedicação ao bem comum, abandono da vida doméstica e familiar.
Ceres terá afinidade com Virgem, o cereal, a colheita, o serviço e o amor de devoção.
Pallas será Balança, devido à constante necessidade de equilíbrio e de manutenção de uma relação amorosa saudável.